Por que contratar Viabilidade Financeira?
O estudo de viabilidade econômico-financeira tem como principal objetivo avaliar se o risco de determinado investimento é compensado por sua rentabilidade esperada. Em outras palavras, serve para informar se o negócio em avaliação é um bom investimento. Tal investimento pode ser em uma operação nova ou para uma expansão.
Embora não exista uma única métrica para se fazer um estudo de viabilidade, algumas são tecnicamente melhores, produzindo resultados mais consistentes. A escolha entre as mais aceitas depende da preferência do investidor e também da disponibilidade ou capacidade de gerar alguns dados que são utilizados nos cálculos.
Apesar da vasta quantidade de estudos nesta área, muitos ainda se aventuram por outros caminhos. Alguns tentam projetar a receita e as principais despesas operacionais e pela diferença, encontram o resultado. Se o resultado mensal for satisfatório – for possível pagar as despesas pessoais e a eventual prestação do crédito tomado para o investimento e ainda sobrar um pouco, o negócio deve ser bom.
A segunda métrica, talvez e infelizmente, a mais utilizada, é uma conta de subtração seguida por uma divisão e uma multiplicação por 100 para calcular o resultado na forma percentual. Da mesma maneira que no caso acima, projeta-se as receitas e despesas, calcula-se a diferença, divide-se o valor encontrado pela soma das despesas ou receitas e transforma-se o resultado em porcentagem. A decisão será tomada com base na comparação deste resultado com outras opções de investimento.
Importante observar que não faz diferença nestas duas métricas a data que são realizados os investimentos e despesas e quando as receitas são creditadas. Isso quer dizer que não foi considerado que o dinheiro tem valor ao longo do tempo. A premissa aqui é que o dinheiro sempre está sendo remunerado. Ao se fazer uma escolha de alocação dos recursos, esta-se abrindo mão de uma determinada remuneração que o recurso receberia. Essa remuneração é conhecida em Economia pelo nome de custo de oportunidade.
Com a noção do valor do dinheiro ao longo do tempo, entra-se no mundo formal das avaliações de investimento. O conhecimento teórico e a experiência prática mostram que os resultados procurados são sensíveis aos volumes financeiros e respectivas datas de desembolso para as despesas e crédito oriundo das receitas. Por isso este tipo de avaliação é realizada com mais critério. Esta métrica é conhecida pelo nome de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) e as variáveis procuradas são Payback, Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL). Depois de encontrados estes resultados, a avaliação ainda pode ganhar qualidade com a elaboração de análises de sensibilidade e montagens de cenários.
Até aqui falamos da importância de projetarmos criteriosamente todas as transações financeiras do projeto ao longo do tempo em modelos determinísticos. Este já pode ser considerado um bom nível técnico de avaliação, no entanto existe um tipo de modelagem ainda melhor: são as modelagens probabilísticas. Basicamente capturam melhor os riscos e dão respostas mais consistentes uma vez que o risco pode ser conhecido com muito mais transparência. Para desenvolver este tipo de avaliação é necessário acumular aos conhecimentos já comentados, o estudo das distribuições probabilísticas, visto na disciplina de Estatística.
Apesar do conhecimento requerido para desenvolver o estudo, alguns preferem fazer as coisas por conta própria. Acreditam que alguma intimidade com “Excel” é suficiente para resolver o problema e se aventuram pelo mundo das siglas e funções disponíveis no programa. A iniciativa é louvável, mas sem o conhecimento específico na área e em Finanças, o risco é alto. Apenas para citar alguns erros graves, já vi usarem a linha errada para calcular a TIR e o VPL. No cálculo do VPL, trabalhar com um custo de capital desproporcional ao risco do projeto. Não terem cuidado com a questão dos valores reais e nominais. Não darem o tratamento adequado ao cálculo de projetos sem data de encerramento. Enfim são exemplos de falhas graves que realmente comprometem a avaliação e a decisão.
Por isso a sugestão para quem pensa em abrir ou expandir um negócio é não cair na tentação de fazer estudos de viabilidade com amadores – pode ser mais uma daquelas situações “do barato que sai caro”. É natural para quem está abrindo um negócio priorizar os gastos, mas a sugestão é encarar esta despesa como investimento.
O estudo de viabilidade também serve para outros propósitos. Por meio dele pode-se descobrir quais as condições limites de preço e prazo para negociar a compra de determinado ativo. Aquisições de terrenos para incorporação imobiliária, salas ou lojas comerciais e máquinas e equipamentos são exemplos de investimento com valores relevantes que poderão ser melhor negociados a partir do estudo.
Outra importante utilidade da viabilidade é para o trabalho de apresentação de negócio para captar sócios investidores. Muito raramente são seduzidos por apenas "grandes" ideias e apresentações bonitas e articuladas. A linguagem do investidor é a dos números bem fundamentados. Um estudo de viabilidade bem feito pode fazer a diferença nesta hora.
Por fim, vale destacar que a discussão das premissas com os tomadores de decisão na empresa é parte fundamental de um estudo de viabilidade econômico-financeira. Não é raro mudanças estratégicas ou ajustes decorrentes das avaliações realizadas neste estudo. Também é válido lembrar que um estudo de viabilidade bem feito passa a fazer parte integrante do planejamento financeiro do projeto. No estudo é possível identificar as variáveis de entrada no modelo que oferecem maiores riscos aos resultados e avaliar ações mitigadoras. Esse já é assunto para outro artigo.